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A resistência do simbólico:
o Setor de Ervas no Mercado Ver-o-Peso, em Belém, como território de reprodução da cura e dos anseios de felicidade em meio urbano
Por Gabriela Leal Rios
Através destes registros fotográficos — realizados, em conjunto aos trechos de entrevistas citados ao longo do texto, durante um trabalho de campo em maio de 2021 como parte da pesquisa de Iniciação Científica intitulada “Na banca de cheiro: uma geografia olfativo-imagética das paisagens dos vendedores de cheiro no Ver-o-Peso” —, busca-se expressar a imagética do Setor de Ervas do Ver-o-Peso e afirmá-lo enquanto território de reprodução de práticas de cura e dos “anseios de felicidade” (TOCANTINS, 1987) em meio urbano. Entendendo que as práticas que trazem significado ao território dos vendedores de cheiro e que guiam a produção dos seus artigos se inserem em um contexto de reprodução de saberes populares, tradicionais e ancestrais, este território se configura de forma a contrariar a racionalidade urbana colonial que guia a normatividade das formas de vida na cidade.
Banhos de cheiro, garrafadas medicinais, pomadas, perfumes atrativos, descarregos. Para atrair o amor, o “chega-te-a-mim”, “pega-e-não-me-larga”, “faz-querer-quem-não-me-quer”; para prosperidade e dinheiro, o “abre-caminho”, “chama”, “chama-freguês”, “banho-da-felicidade”.