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Monumentos abertos à dinâmica urbana
Por Elena Lucía Rivero
Através do registro fotográfico procuramos abordar de que maneira um dos monumentos mais emblemáticos da cidade de Belo Horizonte, o “Monumento à Terra Mineira”, está exposto à dinâmica da cidade. Como, por quem e em quais contextos o monumento é inserido na vida e nos debates contemporâneos?
O monumento foi inaugurado em 1930 e tombado pelo IEPHA como parte do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico Praça da Estação (1988). A obra, executada pelo escultor Júlio Starace, é composta por uma figura alegórica do Estado de Minas Gerais e por quatro relevos encravados no bloco central. A figura central do monumento eleva-se a uma altura considerável e está voltada para o antigo prédio da Estação Central, hoje Museu de Artes e Ofícios.
Os registros foram realizados em diversos contextos: “eventos oficiais”, “cotidiano” “manifestações”. As diversas formas de apropriação observadas enfatizam a ideia de que o monumento funciona como o principal ponto de referência espacial e simbólico da praça. Em dias de eventos oficiais é montada uma barreira de proteção ao patrimônio que nem sempre é respeitada. No cotidiano, ele serve como banco, proteção do sol e uma espécie de “parede”, conferindo maior “intimidade” para o improviso. Já nos dias de manifestações, observamos que se adicionam ao monumento novas bandeiras ou “palavras de ordem”. Com cada intervenção o monumento ganha novas camadas de sentido, revelando as tensões e disputas que permeiam e caracterizam os espaços públicos da cidade, assim como suas diversas formas de apropriação.