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As eleições municipais e a questão metropolitana
Por Nelson Rojas de Carvalho
Certamente menos por inapetência analítica e muito provavelmente em razão do efeito combinado da institucionalização do processo eleitoral no País e da volatilidade decrescente no comportamento de nosso quadro político-partidário, podemos desde já antever as chaves centrais de análise dos resultados das eleições de outubro deste ano; com toda certeza, as análises pós-eleitorais não se furtarão de indicar o(s) partido(s) vitorioso(s) a partir da contagem do número bruto de prefeituras conquistado por cada agremiação partidária no conjunto do País ou do desempenho dos partidos nos grandes centros urbanos, em especial nas capitais dos estados. É de esperar, em já conhecida e duvidosa associação entres nossas eleições municipais e as eleições intermediárias (midterm elections) norte-americanas, a identificação no resultado das urnas veredito sobre o desempenho dos executivos estaduais e federal, além da chancela sobre o futuro de lideranças políticas. No artigo analisamos uma consequência de primeira importância desconsiderada pelos analistas políticos: verificaremos em que medida os resultados das urnas, nos pleitos municipais, têm-se traduzido em desincentivo à cooperação intermunicipal e ao estabelecimento de alguma modalidade de autoridade política nas regiões metropolitanas do País.
Palavras-chave: Eleições municipais; Metrópole; Governança metropolitana.