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A gentrificação verde em Barcelona:
esverdeamento urbano e perpetuação de desigualdades
Por Luiza Fernandes Tamas
O presente texto tem como tema a gentrificação verde, processo caracterizado por impactos sociais e espaciais que se estabelecem a partir de uma melhoria ambiental (TORRES et al., 2021). Em outras palavras, é um fenômeno que acontece após alguma ação cujo objetivo seja aumentar a qualidade ambiental de um lugar, como implementação de áreas verdes, tornando-o, com isso, mais atrativo a investidores e novos grupos sociais, mais privilegiados e de maior poder aquisitivo, o que pode levar à especulação imobiliária, elevação do custo de vida na área, remoções, com a expulsão de antigos moradores, e transformação das formas de ocupação anteriores.
As fotografias a seguir foram registradas durante estágio de pesquisa em Barcelona, no ano de 2022, com objetivo de identificar e analisar dezoito parques estudados e classificados por Anguelovski et al. (2018) quanto ao seu índice de gentrificação verde, com base em indicadores demográficos e econômicos. A metodologia incorpora, ainda, análises longitudinais e espaciais, usando modelos de regressão e que consideram coordenadas, a fim de verificar a influência da proximidade em relação ao parque em alguns indicadores escolhidos pelos autores: renda familiar, valor de venda dos imóveis, diplomas de bacharelado, porcentagens da população vinda do Norte Global e do Sul Global, bem como a porcentagem de população com mais de 65 anos vivendo sozinha.
Para fins de progressão, as imagens de doze desses parques estão dispostas em ordem do menor índice de gentrificação para o maior, e em ordem alfabética quando os índices forem iguais, começando com o Parc de Sant Martí, único com índice 0 de gentrificação no trabalho citado, e finalizando com o Parc del Poblenou, com índice 4.