nº 48 ano 13 | Março 2022
Especial

A gentrificação verde em Barcelona:

esverdeamento urbano e perpetuação de desigualdades

Por Luiza Fernandes Tamas

O presente texto tem como tema a gentrificação verde, processo caracterizado por impactos sociais e espaciais que se estabelecem a partir de uma melhoria ambiental (TORRES et al., 2021). Em outras palavras, é um fenômeno que acontece após alguma ação cujo objetivo seja aumentar a qualidade ambiental de um lugar, como implementação de áreas verdes, tornando-o, com isso, mais atrativo a investidores e novos grupos sociais, mais privilegiados e de maior poder aquisitivo, o que pode levar à especulação imobiliária, elevação do custo de vida na área, remoções, com a expulsão de antigos moradores, e transformação das formas de ocupação anteriores.

As fotografias a seguir foram registradas durante estágio de pesquisa em Barcelona, no ano de 2022, com objetivo de identificar e analisar dezoito parques estudados e classificados por Anguelovski et al. (2018) quanto ao seu índice de gentrificação verde, com base em indicadores demográficos e econômicos. A metodologia incorpora, ainda, análises longitudinais e espaciais, usando modelos de regressão e que consideram coordenadas, a fim de verificar a influência da proximidade em relação ao parque em alguns indicadores escolhidos pelos autores: renda familiar, valor de venda dos imóveis, diplomas de bacharelado, porcentagens da população vinda do Norte Global e do Sul Global, bem como a porcentagem de população com mais de 65 anos vivendo sozinha.

Para fins de progressão, as imagens de doze desses parques estão dispostas em ordem do menor índice de gentrificação para o maior, e em ordem alfabética quando os índices forem iguais, começando com o Parc de Sant Martí, único com índice 0 de gentrificação no trabalho citado, e finalizando com o Parc del Poblenou, com índice 4.

A gentrificação verde em Barcelona:
Luiza Fernandes Tamas
luiza.tamas@usp.br
é graduanda em Gestão Ambiental pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP). Foi bolsista (BEPE/FAPESP) no Barcelona Laboratorio sobre Justicia y Sostenibilidad Ambiental Urbana (BCNUEJ), sob supervisão de Isabelle Anguelovski.