nº 45 ano 12 | Junho 2021
Especial

O planejador é, antes de tudo, um sonhador

Por Viviane Barros Amorim Costa

O presente ensaio busca estabelecer relação de proximidade entre o ofício do planejador urbano e o exercício criativo de imaginar cenários ideais tão comum a profissionais criativos, como escritores, por exemplo. Além do conhecimento apreendido durante sua formação técnica, o profissional planejador precisa dispor também de uma capacidade imaginativa fértil e em permanente atualização, de modo a ser capaz de elaborar reflexões críticas acerca dos processos históricos que moldaram as cidades e, a partir daí, sugerir soluções para os cenários urbanos problemáticos resultantes desses processos, mantendo-se ainda coerente aos debates atuais sobre o conceito de “cidade ideal”. A exemplo do exercício criativo desenvolvido por Italo Calvino em seu livro As cidades invisíveis, no qual são concebidas inúmeras cidades ideais, o presente trabalho propõe alguns questionamentos sobre problemáticas urbanas, apontando assim para possíveis cenários ideais e para soluções que os tornem tangíveis. A leitura de autores como Souza, Secchi e de documentos oficiais, como a Nova Agenda Urbana, demonstra como o planejamento urbano, em última análise, se assenta sobre o conceito de cidade ideal, mas o ultrapassa, rejeitando o mero devaneio e criando, através da técnica, estratégias para reduzir a distância entre cenários ideais e cenários reais.

Palavras-chave: Planejamento urbano; Exercício criativo; Geografia do imaginário.

O planejador é, antes de tudo, um sonhador
Viviane Barros Amorim Costa
vi_amorim_@hotmail.com
é graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Piauí. Pesquisadora no Laboratório Espaços Urbanos.