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A Cidade Nova e o Mangue, entre renovação e vazios urbanos
o papel do Estado na produção de desigualdades socioespaciais
Por André Luis Lopes Bezerra
RESUMO
Na expectativa de consolidação de um projeto de cidade alinhado à lógica de acumulação do capital, muitos dos planos urbanísticos implementados pelo Estado produzem resultados insatisfatórios. Entre os efeitos mais notáveis está o da ausência, representado pelos vazios urbanos. Nesse sentido, o presente trabalho se debruça sobre a história da Cidade Nova, na área central do Rio de Janeiro, e da região do bairro na qual se localizava o baixo meretrício da cidade, a Zona do Mangue, a qual foi objeto de intervenções que objetivavam a sua renovação. Tais projetos, incluindo o de construção da Avenida Presidente Vargas nos anos 1940, se materializaram em uma malha urbana desarticulada do tecido original, repleta de vazios. Além disso, promoveram a remoção de populações estigmatizadas e criminalizadas, o que, à luz da expansão periférica do município, caracteriza o Estado como agente promotor de desigualdades socioespaciais.
Palavras-chave: Cidade Nova; Projetos urbanos; Rio de Janeiro; Segregação socioespacial; Vazios urbanos.
ABSTRACT
In expectation of consolidating a project for a city aligned with the logic of capital accumulation, many of urbanistic plans implemented by the State generate unsatisfactory results. Between the most noticeable effects, there is the absence, represented by urban voids. For that matter, the present study adresses the history of Cidade Nova, in the central area of Rio de Janeiro, and the neighbourhood’s region where it was located the town’s prostitution area, the Mangrove’s prostitution area, wich was object of interventions that aimed at its renewal. Those projects, including the President Vargas Avenue construction plan in the 1940’s, materialized into a disjointed urban network from the former fabric, full of voids. In addition, they promoted the removal of stigmatized and criminalized populations, wich, in the light of municipality peripheral expansion, caracterizes the State as a promoter agente of socio-spatial inequalities.
Keywords: Cidade Nova; Urban projects; Rio de Janeiro; Socio-spatial segregation; Urban voids.