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Experimentando a cidade através do teatro:
a técnica de Augusto Boal aplicada entre mulheres venezuelanas refugiadas em João Pessoa/PB
Por Amanda Costa da Silva Sousa e Marcela Dimenstein
Este ensaio fotográfico foi produzido a partir da seleção de fotografias feitas para a Oficina de Teatro com Mulheres Venezuelanas, realizada em 2019, com apoio da Casa das Artes de João Pessoa e da Aldeia Infantil SOS Mangabeira. A oficina foi ministrada pela teatróloga Amanda Costa da Silva Sousa e utilizada como objeto de estudo em seu Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo.
Atualmente, registra-se o mais alto índice de migração da história. Segundo a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), este índice atinge o número de 68,5 milhões de pessoas, que por diversos motivos saem de seus países de origem procurando melhores condições de vida. Conflitos armados e crise política, como vivenciados na Venezuela nos dias atuais, são fatores desencadeadores, entre outros, da migração.
Nos últimos anos, quase 178 mil venezuelanos procuraram abrigo no Brasil (ACNUR, 2019). No estado de Roraima, fronteiriço com a Venezuela, pode-se encontrar a maior concentração de migrantes venezuelanos no país.
Diante da emergência decretada nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, foi proposto em 2017 um processo de interiorização de imigrantes para outras capitais do Brasil. O projeto de interiorização está neste momento na sua 29° etapa. Na Paraíba, a chegada das primeiras famílias venezuelanas ocorreu em julho de 2018, e hoje já registramos a 7º versão do processo de interiorização no estado.
O processo de migração não é fácil, principalmente para mulheres, crianças e idosos. No caso das mulheres, as dificuldades se agravam, pois muitas deixam seus filhos pequenos para trás ou estão grávidas durante a travessia, além de sofrerem abusos físicos e sexuais.