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A cidade que acorda e a cidade dorme
a invisibilidade da população em situação de rua
Por Ana Lúcia Rodrigues, Pollyana Larissa Machiavelli e Priscila de Almeida Souza
O presente ensaio fotográfico foi realizado na cidade de Maringá, situada na região Norte do estado do Paraná. O objetivo foi enfatizar a apropriação do espaço público maringaense pelos “sem-teto”, ressaltando a diferença de paisagem noturna e diurna produzida pelos mutuários. A cidade que acorda não é a mesma cidade que dorme. Expulsa dos espaços privados do mercado imobiliário, essa parcela da população ocupa os espaços públicos, mas sua presença na paisagem urbana é contestada todo tempo. A invisibilidade torna-se uma constante devido aos diversos esforços governamentais e institucionais em removê-los para outros lugares.
O grupo torna-se invisível para a população também, o contraste é nítido; a apropriação do passeio por um grupo que tem seu momento de lazer está ao lado de outro grupo que usa a calçada como colchão. No Brasil, a questão da habitação emerge na discussão da luta de classes, principalmente no que diz respeito aos habitantes, que, pela falta de opção, ocupam as mais diversas áreas insalubres e perigosas. No entanto, essa é apenas uma vertente da segregação e discriminação do espaço urbano resultante de fatores econômicos, sociais e culturais. O Direito à Cidade, tão debatido por Henry Lefebvre, parece não ser o mesmo para todos.