nº 30 ano 8 | Setembro 2017
Resenha

Unidos pela solidão em Paris

Por Patricia Gonzaga Cesar

Como grande apreciadora da linguagem sensível recorrentemente utilizada em filmes franceses, deparei-me com um em que ocorre a sublimação desta característica. Após ler despretensiosamente várias resenhas e críticas sobre o filme Perdidos em Paris decidi que era necessário assisti-lo. Descobri um filme leve e gracioso apesar de abordar sérias questões da implacável vida urbana. As resenhas não são capazes de refletir a linguagem corporal utilizada. Ao mesmo tempo em que é visceral, é simples e delicada. O filme foi apresentado no Brasil através do Festival Varilux de Cinema Francês 2017, exibido em 55 cidades do Brasil, de 7 a 21 de junho do mesmo ano. Cremos que, devido à excepcional qualidade, ele será reapresentado posteriormente no circuito comercial de cinema, com abrangência em um maior número de cidades brasileiras. Entendemos que no Brasil o cinema ainda é um dos veículos mais massificados e democráticos de divulgação de cultura e, exatamente por esse motivo, entendemos ser de fundamental importância divulgar e enaltecer filmes de maior profundidade do que os normalmente apresentados. O cinema, assim como a TV, podem ser usados para proporcionar alienação da sociedade. Entretanto, entendemos ser essa uma escolha infeliz que a longo prazo mostrará seus efeitos nefastos em uma sociedade doente e autômata. Em contrapartida, essa arma poderosa contra o analfabetismo cultural pode ser usada como instrumento de acesso ao desconhecido, profunda reflexão e construção do conhecimento. Concluímos ser este o caso do filme objeto desta resenha.

Unidos pela solidão em Paris
Patricia Gonzaga Cesar
patricia.cesar@fgv.br
é professora e pós-doutoranda em Engenharia e Gestão da Inovação pela Universidade Federal do ABC.