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A hinterlândia, urbanizada?
Por Neil Brenner e Pedro Paulo Machado Bastos
Começo este artigo com a lembrança já familiarizada de um fato aparentemente inexpugnável e que foi divulgado a partir de uma fonte confiável: em 2007 os estatísticos da Organização das Nações Unidas (ONU) determinaram que mais de 50% da população mundial, naquele momento, já estava vivendo em áreas urbanas. Embora permeada por esforços que procuram decifrar o modo como se deu a acelerada industrialização capitalista no século XIX no eixo da Europa-América do Norte, a noção de um mundo em urbanização tornou-se hoje um quadro interpretativo onipresente1. E em virtude de o início deste artigo trazer um dado já popularmente aceito, o leitor pode acabar desconhecendo a outra perspectiva de interpretação deste autor sobre o tema. É até mesmo capaz de que as expectativas de leitura recaiam em ideias mais comuns sobre as cidades, tais como qual seria o papel delas nas transformações globais da atualidade, ou sobre a reestruturação em curso pela qual vêm passando. Isso nos levaria a levantar tais questões seguidas de um debate, nesses termos, sobre as cidades. Todo mundo parece concordar que elas são unidades espaciais elementares da idade urbana contemporânea. Contudo, a que mais o conceito de urbano poderia possivelmente referir-se?
Palavras-chave: Era Urbana; Sociedade Urbana; Urbanização planetária.