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Por um urbanismo lúdico e afetuoso
Por Giovana Aparecida Zimermann e Robert Pechman
Em dezembro de 2015 o Instituto de Planejamento Urbano e Regional da UFRJ realizou a XXI Semana PUR, que se propôs a discutir os 450 anos de desigualdade do Rio de Janeiro. Como contraponto, resolvemos convidar os participantes para uma oficina coletiva que suscitasse o afeto na cidade. A Oficina Cidade dos Afetos não buscou inspiração somente na arquitetura e no urbanismo, mas também na literatura e nas artes visuais, como exemplo a cidadezinha de açúcar de Meschac Gabai apresentada na 27ª Bienal de São Paulo, que teve o tema “Como viver juntos”.
A lógica de um planejamento urbano racional não importava para a oficina; queríamos entrar em um espaço lírico, sensorial, despertar o arquétipo adormecido no inconsciente, como nos sugere Bachelard. Não cabia, pois, o discurso, mas a experiência de materializar numa maquete um espaço no qual o sonho do convívio seria possível, a partir da hospitalidade como conceito espacial.