nº 27 ano 7 | Dezembro 2016
Matéria de Capa

Seria o “urbanismo tático” uma alternativa ao urbanismo neoliberal?

Por Neil Brenner

Quais tipos de benefícios o “urbanismo tático” poderia oferecer às cidades que vivem sob a tensão do rápido crescimento populacional, que intensifica a reestruturação industrial (agravando a situação das infraestruturas físicas sociais – que passam a ser consideradas inadequadas), que aumenta em níveis cada vez mais crescentes a polarização das classes sociais (mantendo precariamente o funcionamento de instituições públicas em geral), e que ajuda a proliferar os desastres ambientais e a vertiginosa alienação popular? Uma exposição apresentada sobre o crescimento desigual das cidades no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) pretendeu explorar essa questão através de intervenções especulativas formuladas por uma equipe de arquitetos cuja missão era apresentar propostas de desenho urbano para seis “megacidades” do mundo: Hong Kong, Istambul, Lagos, Mumbai, Nova York e Rio de Janeiro. Essa exposição provocou um debate considerável a respeito da nossa condição urbana planetária contemporânea e, mais especificamente, sobre as capacidades profissionais dos arquitetos, designers, urbanistas e planejadores em conseguirem influenciar essa condição de forma mais progressista e produtiva.

Palavras-chave: Urbanismo tático; Urbanismo neoliberal; Crescimento urbano desigual.

Seria o “urbanismo tático” uma alternativa ao urbanismo neoliberal?
Neil Brenner
nbrenner@gsd.harvard.edu
é professor de Teoria Urbana na Harvard Graduate School of Design (GSD). Sua escrita e ensino se concentram nas dimensões teóricas, conceituais e metodológicas das questões urbanas. Seu trabalho baseia-se em procura ampliar os campos de estudos críticos urbanos e regionais, economia geopolítica comparativa e teoria socioespacial radical. Os principais focos de investigação incluem processos de reestruturação urbana e regional e desenvolvimento espacial desigual; a generalização da urbanização capitalista; e os processos de reestruturação espacial do estado, com particular referência à reformulação das configurações de governança urbana, metropolitana e regional sob o capitalismo neoliberal contemporâneo.